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OAB/SP vai restaurar nove quadros históricos

Como parte das comemorações que antecedem os 80 anos da OAB/SP, que serão comemorados em 2012, a Comissão de Resgate da Memória da OAB/SP apresentará à comunidade jurídica nove quadros a óleo - tela e moldura - no dia 5/3, às 10h, no Salão Nobre da Ordem (praça da Sé, 385), que serão restaurados.

Da Redação

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Atualizado às 08:10


Resgate da memória

OAB/SP vai restaurar nove quadros históricos

Como parte das comemorações que antecedem os 80 anos da OAB/SP, que serão comemorados em 2012, a Comissão de Resgate da Memória da OAB/SP apresentará à comunidade jurídica nove quadros a óleo - tela e moldura - no dia 5/3, às 10h, no Salão Nobre da Ordem (praça da Sé, 385), que serão restaurados.

Os nove quadros que se apresentam deteriorados pela ação do tempo são pinturas a óleo de 81 com pó 92 cm, com molduras feitas no Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo. As obras retratam personalidades jurídicas e ex-presidentes da OAB/SP, como Rui Barbosa, Clóvis Bevilacqua, João Mendes de Almeida, Plínio Barreto, José Manuel de Azevedo Marques, Jorge da Veiga, Benedicto Galvão, João Braz de Oliveira Arruda e Francisco Antonio de Almeida.

"Esses quadros, além de indiscutível valor artístico e cultural, são parte importante da história da advocacia e traduzem um momento, uma tradição de representar presidentes da Ordem em pinturas, tradição essa retomada mais recentemente pelas fotos, que formam a atual Galeria de Presidentes", explica Fabio Trombetti, presidente da Comissão de Resgate da Memória da OAB/SP.

Durante o evento, também serão contadas a história retratados, dos quadros e o processo de restauração pelo qual as obras passarão ao longo de um ano e meio, bem como a trajetória do processo no Ministério da Cultura, desde a sua apresentação até a sua aprovação no Pronac/Mecenato, dentro da Lei Rouanet (clique aqui).

Os quadros, de autoria de Alípio Dutra e Arnaldo Barbosa, entre outros artistas, foram concluídos em 1943, durante a gestão de Noé Azevedo na presidência da seccional paulista da Ordem. As telas forma encontradas durante uma reforma no foro da sede da Ordem, selado com gesso.

"Montamos uma Comissão de Resgate de História da OAB/SP, porque a história da Ordem precisa ser preservada e, mais do que isso, colocada numa vitrine para que todos os novos advogados possam conhecê-la. Não há uma página na história do Brasil em que não tenha havido uma participação efetiva da OAB, dos advogados e dos estudantes de Direito; e é por isso que devemos cultuar essa memória. Esses quadros revelam parte do importante trabalho dessa Comissão", ressalta o presidente da OAB/SP, Luiz Flávio Borges D'Urso.

A parceria para o restauro foi travada com a Simpress Comércio, Locação e Serviços S/A, empresa que atua no ramo de impressão. Depois de restaurados, os quadros ficarão expostos para visitação.

Os retratados

Rui Barbosa (1849 - 1923) nasceu em Salvador, mas se bacharelou pela Faculdade de Direito de São Paulo, em 1870. O mais famoso advogado brasileiro também foi um abolicionista ferrenho, político, jornalista e diplomata. Sua participação na Conferência de Haia, em 1907, até hoje é louvada como uma das mais firmes, convincentes e primorosas da diplomacia brasileira.

Clóvis Bevilacqua (1859 - 1944) redigiu em 1899 o projeto do Código Civil brasileiro, que só passou a vigorar em 1917. Jurista, legislador, filósofo e historiador, Clóvis Bevilacqua estudou na Faculdade de Direito do Recife e exerceu várias carreiras jurídicas, como promotor público, membro da Assembleia Constituinte, secretário de Estado e consultor jurídico do Ministério do Exterior.

João Mendes de Almeida (1831 - 1898) foi o principal redator da Lei do Ventre Livre, a qual defendeu pela imprensa. Jurista formado pela Faculdade de Direito de São Paulo, João Mendes exerceu os cargos de juiz e deputado e se destacou pela generosidade, pois quando alguém precisava de seus serviços e não podia pagar ele atendia gratuitamente.

Plínio Barreto (1882 -1958) diplomou-se pela Faculdade de Direito de São Paulo, mas dedicou-se ao jornalismo e à política, tendo chefiado o governo provisório do estado de São Paulo por 21 dias após a Revolução de 1930. Após o Estado Novo, foi eleito deputado federal pela UDN . Como jornalista, Plínio Barreto trabalhou em diversos periódicos e foi um dos diretores d'O Estado de S. Paulo.

José Manuel de Azevedo Marques (1865 - 1943) presidiu a OAB/SP e foi um dos fundadores da OAB nacional, além de professor, político e colecionador de arte. Durante o governo de Epitácio Pessoa, o jurista foi ministro das Relações Exteriores. José Manuel de Azevedo Marques também foi promotor público, juiz municipal, juiz de direito em Batatais e deputado federal.

Jorge da Veiga foi conselheiro e secretário do Instituto dos Advogados e empenhou-se na criação da OAB, da qual foi primeiro secretário da diretoria pioneira, em 1933, tendo conseguido imprimir ordem e ritmo ao projeto. Entre 1945 e 1947, Jorge da Veiga foi vice-presidente da Ordem. O advogado se destacou na defesa intransigente das prerrogativas dos advogados, que, na sua opinião, deveriam ser acima de tudo independentes.

João Braz de Oliveira Arruda (1861 - 1943) foi vice-presidente da primeira diretoria da OAB, em 1933. Até sua morte, ele nunca se afastou da Ordem, tendo participado do Tribunal de Ética. João Braz também atuou como juiz, fazendeiro e professor. Em 1941, ele recebeu o título de professor emérito da Faculdade de Direito, a qual dirigiu interinamente no início da década de 1930.

Benedicto Galvão presidiu a OAB/SP de 1940 a 1941, durante o afastamento de Noé Azevedo e é considerado o primeiro presidente negro da OAB/SP. Nasceu da familia humilde no Interior do Estado e graças à sua inteligência e perseverança veio para São Paulo, onde diplomou-se pela Faculdade de Direito de São Paulo em 1907, passando a advogar no famoso escritório de Alfredo e Ernesto Pujol.

Francisco Antônio de Almeida Morato foi advogado, jurista e deputado federal por São Paulo. Um dos Fundadores da OAB/SP, que presidiu por duas getões. Foi professor da Faculdade de Direito do Largo São Francisco e secretário de Justiça e Negócios do Interior, durante a interventoria de Macedo Soares.

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