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11/6 - Dia da Marinha Nacional e Aniversário da Batalha Naval do Riachuelo

Hoje, 11/6, comemora-se o dia da Marinha do Brasil. Esta data marca a Batalha do Riachuelo, ocorrida durante a Guerra do Paraguai.

Da Redação

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Atualizado às 08:55


Mar

11/6 - Dia da Marinha Nacional e Aniversário da Batalha Naval do Riachuelo

Hoje, 11/6, comemora-se o dia da Marinha do Brasil. Esta data marca a Batalha do Riachuelo, ocorrida durante a Guerra do Paraguai.

  • Confira abaixo um pouco da história desta batalha.

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Batalha Naval do Riachuelo

Logo após sua independência, o Paraguai procurou se manter afastado dos conflitos frequentes que ocorriam na Região do Prata. Quando Francisco Solano López assumiu o poder em 1862, após a morte de seu pai, Carlos Antônio López, passou, no entanto, a exercer uma política externa mais atuante, tentando fazer sua presença sobressair na região.

O Brasil foi o primeiro país a reconhecer a independência do Paraguai. Isso estava de acordo com a política externa do Império de não ser favorável à sua anexação, diversas vezes desejada, pela Confederação Argentina.

Havia questões de limites entre o Brasil e o Paraguai e de liberdade de navegação fluvial, frequentemente negada pelos paraguaios. As restrições de liberdade de navegação no Rio Paraguai, para o acesso à Província de Mato Grosso, incomodavam os brasileiros e foram motivos para o envio, em 1854, de uma força naval comandada pelo Chefe-de-Esquadra Pedro Ferreira de Oliveira, com o propósito de forçar Carlos López a assinar um tratado de livre navegação. Essa ação, típica da "política de canhoneiras" do século XIX, no entanto, não alcançou o resultado desejado. O Império, porém, não considerava muito provável a possibilidade de conflito com o Paraguai que não tivesse solução por vias diplomáticas.

A intervenção brasileira no Uruguai, em 1864, contrariou os planos políticos e as alianças de Solano López. Com a invasão do Uruguai por tropas brasileiras, ele declarou guerra ao Brasil. Como lhe foi negada a permissão para que seu exército atravessasse território argentino para atacar o Rio Grande do Sul, invadiu a Província de Corrientes, envolvendo a Argentina no conflito.

O Paraguai estava se mobilizando para uma possível guerra desde o início de 1864. López se julgava mais forte e acreditava que teria o apoio dos blancos uruguaios e do argentino Urquiza. Tal não ocorreu. Ele superestimou o poder econômico e militar do Paraguai e subestimou o potencial do poder militar brasileiro e a disposição do Brasil para a luta.

No início da Guerra da Tríplice Aliança, a esquadra brasileira dispunha de 45 navios armados. Destes, 33 eram navios de propulsão mista, a vela e a vapor, e 12 dependiam exclusivamente do vento. Todos tinham o casco de madeira. Alguns deles já estavam armados com canhões raiados de carregamento pela culatra.

O Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro (Arsenal da Corte) passara por uma modernização em meados do século XIX. Alguns de seus engenheiros, como Napoleão Level e Carlos Braconnot, haviam estagiado em estaleiros europeus e eram capazes de projetar navios movidos por hélice, com sistemas de propulsão a vapor. Diversos dos navios do início da guerra foram projetados e construídos no País.

Os navios brasileiros eram adequados para operar no mar e não nas condições de águas restritas e pouco profundas que o teatro de operações nos rios Paraná e Paraguai exigia; a possibilidade de encalhar era um perigo sempre presente. Além disso, esses navios, com casco de madeira, eram muito vulneráveis à artilharia de terra, posicionada nas margens.

Era uma época de freqüentes inovações tecnológicas. A Guerra Civil Americana (1861-1865), que recém-ocorrera nos EUA, trouxera muitas novidades para a guerra naval e, especificamente, para o combate nos rios. Sua influência, logo depois dessa primeira fase, se fez sentir principalmente com o aparecimento da mina naval e dos navios protegidos por couraça de ferro.

A esquadra paraguaia possuía 32 navios, incluindo os que eles apresaram do Brasil e da Argentina, dos quais 24 eram navios de propulsão mista a vapor e vela e oito eram navios exclusivamente a vela. Todos os navios de propulsão mista, exceto um deles, eram de madeira, com rodas de pás. O Pirabebe, um pequeno navio fluvial, tinha a estrutura de ferro e era a hélice. Embora todos eles fossem adequados para navegar nos rios, somente o Taquari era um verdadeiro navio de guerra.

Os paraguaios desenvolveram a chata com canhão como arma de guerra. Era um barco de fundo chato, sem propulsão, com canhão de seis polegadas de calibre, que era rebocado até o local de utilização, onde ficava fundeado. Transportava apenas a guarnição do canhão, e sua borda ficava próxima da água, deixando à vista um reduzidíssimo alvo. Via-se somente a boca do canhão, acima da superfície da água.

Antecedentes da Batalha

Coube ao Almirante Joaquim Marques Lisboa, Visconde de Tamandaré, depois Marquês de Tamandaré, o comando das Forças Navais do Brasil em Operações de Guerra contra o Governo do Paraguai. A Marinha do Brasil representava praticamente a totalidade do Poder Naval presente no teatro de operações. O Comando-Geral dos Exércitos Aliados era exercido pelo Presidente da República da Argentina, General Bartolomeu Mitre. As Forças Navais do Brasil não estavam subordinadas a ele, de acordo com o Tratado da Tríplice Aliança.

A estratégia naval adotada pelos aliados foi o bloqueio. Os rios Paraná e Paraguai eram as artérias de comunicação com o Paraguai. As Forças Navais do Brasil foram organizadas em três Divisões - uma permaneceu no Rio da Prata e as outras duas subiram o Rio Paraná para efetivar o bloqueio.

Com o avanço das tropas paraguaias ao longo da margem esquerda do Paraná, na Província de Corrientes, Tamandaré resolveu designar seu Chefe do Estado-Maior o Chefe-de-Divisão (posto que correspondia a comodoro, ou almirante de uma estrela em outras Marinhas) Francisco Manoel Barroso da Silva, para comandar a força naval que estava rio acima. Barroso partiu de Montevidéu em 28 de abril de 1865, na Fragata Amazonas, e se juntou à força naval em Bela Vista.

A primeira missão de Barroso foi um ataque à Cidade de Corrientes, que estava ocupada pelos paraguaios. O desembarque ocorreu, com bom êxito, em 25 de maio. Não era possível manter a posse dessa cidade na retaguarda das tropas invasoras e foi preciso, logo depois, evacuá-la, mas o ataque deteve o avanço paraguaio para o Sul, ao longo do Rio Paraná. Ficou evidente que a presença da força naval brasileira deixaria o flanco dos invasores sempre muito vulnerável. Era necessário destruí-la, e isso motivou Solano López a planejar a ação que levaria à Batalha Naval do Riachuelo.

Retorno a Corrientes

Foi a primeira grande vitória da Tríplice Aliança na guerra e, por isso, muito comemorada.

Após a Batalha, a artilharia paraguaia que lá estivera foi transferida por duas vezes para outros pontos estreitos, rio abaixo (Mercedes e Cuevas), tentando bloquear a passagem dos navios da força naval brasileira e das embarcações que a apoiavam com suprimentos.

Em 18 de junho, Barroso, descendo o rio, passou com a força naval por Mercedes e, mais tarde, em 12 de agosto, por Cuevas, combatendo em ambas as passagens a artilharia de terra.

A posição avançada dos navios, em território ocupado pelo inimigo, mostrou-se, portanto, perigosa, e após esse recuo a força naval de Barroso passou a acompanhar a vanguarda dos exércitos aliados. Logo ela avançou para o norte, acompanhando a retirada dos paraguaios para o interior de seu território. Em 25 de outubro de 1865, os navios brasileiros estavam de volta a Corrientes, local em que foi montada a base de operações para a invasão do Paraguai. O Almirante Tamandaré chegou a essa cidade em 21 de fevereiro de 1866 e assumiu pessoalmente o comando, mantendo Barroso como seu chefe de Estado-Maior.

Com a vitória em Riachuelo, e com a retirada dos paraguaios da margem esquerda do Paraná, a opinião dos aliados era de que a guerra terminaria logo. Isso, porém, não ocorreu. O Paraguai era um país mobilizado, e Humaitá ainda era uma fortaleza inexpugnável para os navios de madeira que venceram a Batalha Naval do Riachuelo. O avanço no Rio Paraguai precisou esperar a disponibilidade dos navios encouraçados que o Brasil estava obtendo.

A Batalha

A força naval brasileira comandada por Barroso estava fundeada no Rio Paraná próximo à Cidade de Corrientes, na noite de 10 para 11 de junho de 1865.

O plano paraguaio era surpreender os navios brasileiros na alvorada do dia 11 de junho, abordá-los e, após a vitória, rebocá-los para Humaitá. Para aumentar o poder de fogo, a força naval paraguaia, comandada pelo Capitão-de-Fragata Pedro Ignácio Mezza, rebocava seis chatas com canhões. A Ponta de Santa Catalina, próxima à foz do Riachuelo, foi artilhada pelos paraguaios. Havia, também, tropas de infantaria posicionadas para atirar sobre os navios brasileiros que escapassem.

No dia 11 de junho, aproximadamente às 9 horas, a força naval brasileira avistou os navios paraguaios descendo o rio e se preparou para o combate. Mezza se atrasara e desistiu de iniciar a batalha com abordagem. Às 9 horas e 25 minutos, dispararam-se os primeiros tiros de artilharia. A força paraguaia passou pela brasileira, ainda imobilizada, e foi se abrigar junto à foz do Riachuelo, onde ficou aguardando.

Após suspender, a força naval brasileira desceu o rio, perseguindo os paraguaios, e avistou-os parados nas proximidades da foz do Riachuelo.

Desconhecendo que a margem estava artilhada, Barroso deteve sua capitânia, a Fragata Amazonas, para cortar possível fuga dos paraguaios. Com sua manobra inesperada, alguns dos navios retrocederam, e o Jequitinhonha encalhou em frente às baterias de Santa Catalina. O primeiro navio da linha, o Belmonte, passou por Riachuelo separado dos outros, sofrendo o fogo concentrado do inimigo e, após passar, encalhou propositadamente, para não afundar.

Corrigindo sua manobra, Barroso, com a Amazonas, assumiu a vanguarda dos outros navios brasileiros e efetuou a passagem, combatendo a artilharia da margem, os navios e a chatas, sob a fuzilaria das tropas paraguaias que atiravam das barrancas.

Completou-se assim, aproximadamente às 12 horas, a primeira fase da Batalha. Até então, o resultado era altamente insatisfatório para o Brasil: o Belmonte fora de ação, o Jequitinhonha encalhado para sempre e o Parnaíba, com avaria no leme, sendo abordado e dominado pelo inimigo, apesar da resistência heróica dos brasileiros, como o Guarda-Marinha Greenhalgh e o Marinheiro Marcílio Dias, que lutaram até a morte.

Então, Barroso decidiu regressar. Desceu o rio, fez a volta com os seis navios restantes e, logo depois, estava novamente em Riachuelo.

Tirando vantagem do porte da Amazonas, Barroso usou seu navio para abalroar e inutilizar navios paraguaios e vencer a Batalha. Quatro navios inimigos fugiram perseguidos pelos brasileiros.

Antes do pôr-do-sol de 11 de junho, a vitória era brasileira. A Esquadra paraguaia fora praticamente aniquilada e não teria mais participação relevante no conflito. Estava, também, garantido o bloqueio que impediria que o Paraguai recebesse armamentos do exterior.

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Fonte : Marinha do Brasil

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